Anuário ABLA | 2012

34 Anuário ABLA 2012 ANFAVEA Mirando o futuro O cenário automotivo internacional experimenta profundas transformações estruturais em mercados consumidores e produtores, com novas concepções de produtos e processos, novas tecnologias, aumento da competição, sobra de capacidade instalada nos tradicionais países produtores e redirecionamento de investimentos para países emergentes, esses, sim, os que lideram e liderarão o crescimento da demanda mundial nos próximos anos. No Brasil, entre 2006 e 2011 o mercado automotivo interno apresenta-se em expansão acelerada, acumulando no período crescimento da ordem de 120%. E agora, em 2012, a expectativa é de chegarmos ao final do ano com um mercado interno de 3,8 milhões de veículos, ante 1,4 milhões em 2005. Nosso mercado automotivo é promissor, com expectativas de crescimento continuado também nos próximos anos e com um potencial para chegar a mais de 6 milhões de veículos/ ano a médio e longo prazos, por volta de 2020. Sustentam essas expectativas o ainda baixo índice de motorização do País, com um veículo para cada 6,4 habitantes, diante de um por um nos Estados Unidos, um por 1,2 na Europa e um por 4 na Argentina, por exemplo. Nossa frota circulante atual, de cerca de 32 milhões de veículos, tem muito espaço para crescer. Além disso, temos as perspectivas favoráveis da economia nacional nos próximos anos, devendo gerar investimentos, produção, mais renda e mais consumo pelos brasileiros – inclusive a demanda por automóveis e veículos de transporte de carga e de passageiros – com a inclusão de novos consumidores no mercado. Em 55 anos de atividades no País, a cadeia industrial automotiva já realizou produção acumulada de 64 milhões de veículos e investiu aqui, somente no período 1980-2011, cerca de US$ 80 bilhões, representando hoje 23% do PIB industrial e 5% do PIB nacional, com efeito capilar multiplicador que se estende a outras 250 mil empresas no País. E até 2015 serão mais US$ 22 bilhões de novos investimentos programados pelas montadoras, em capacidade de produção, produtos e processos, tecnologia e inovação. Para situarmos como importante e consolidado produtor automotivo mundial há que se maximizar os recursos de produção nas empresas e resolver-se fragilidades do País que afetam a competitividade da indústria brasileira, como o alto custo de capital para investimento, custos de insumos e ineficiências na infraestrutura, na logística, na educação, na burocracia de processos e procedimentos, em legislações que oneram as empresas e fragilizam a produção. Esse não é um desafio somente para a indústria automobilística. A competitividade é um desafio para a economia nacional em um mundo globalizado e cada vez mais concorrencial. Cledorvino Belini Presidente da Anfavea

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