Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 12 O utro pioneiro desta época heroica de construção da atividade é Fábio França . Nascido em Curvelo (MG), chegou a São Paulo (SP) em 1967 com 35 anos e for- mação seminarista, domínio do hebraico, grego e latim e di- plomas em filosofia e teologia. Deu aulas de Moral e Cívica, disciplina criada pelo governo militar, em colégio estadual, mas no início dos anos 1970 já gerenciava a circulação de re- vistas técnicas na Editora Abril quando recebeu convite da Caterpillar, em 1975, para assumir vaga de assessor de co- municação. A empresa sequer tinha setor de comunicação. Fábio começou a tocar tarefas como assessoria de imprensa e a produção do jornal Caterpillar em Ação até assumir a Gerên- cia da Divisão de RP. O resultado foi o desenvolvimento de um processo de comunicação amplo, estratégico, apoiado pela diretoria da empresa para dialogar com empregados, imprensa, comunidade. O programa foi montado com base nas normas da empresa, traduzindo diretrizes em políticas de relacionamento e definição de objetivos, estratégicas, or - çamentos, recursos, cronogramas e formas de avaliação para cada público. O alcance cresceu gradativamente. Entre outras ativi- dades, foi criado um informativo com notícias diárias para executivos, o Primeira Linha , pioneiro a chegar nos computa- dores dos executivos com espaço para comentários. O jornal mural nasceu com olho jornalístico, diário, com editorias. Encontros anuais com os empregados, em época sensível de greves imensas, abriu espaço para questionamentos e respostas – inclusive por meio do Jornal do Eco , preparado especialmente para isso. “No início eram perguntas até ingênuas, sobre saúde ou comida. Agora, 30 anos depois, o empregado quer saber como ser acionista, tendências de mercado e movimentos de venda”, diz Fábio. Além de encontros como café com direto- res e outros, o programa aproximou a diretoria dos empre- gados, promoveu a união de pessoas e a participação nos negócios, inclusive com educação financeira, mostrando o investimento da empresa nos funcionários. Representantes dos empregados também passaram a se apresentar e se tornaram monitores dos programas de visitas. Para a co- munidade, os funcionários eram convidados a dar cesta de Natal para uma criança, com outra fornecida pela empresa. O jornal externo Caterpillar Hoje , para clientes e revendedo- res, ganhou dois prêmios Aberje. “O processo foi envolvente e criou espírito de camaradagem que perdura até hoje em encontros de ex-funcionários”, comemora Fábio. Ao lado da indústria, o executivo tocava atividade insti- tucional, vida acadêmica e autoria de livros. Foi sócio e di- retor de comunicações da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP) e ajudou a fundar a Associação Brasileira de Pesquisadores de Comu- nicação Organizacional e Relações Públicas (Abrap- corp), entre outras. For- mou-se em psicologia e fez mestrado e doutorado na USP nos anos 1980, passou a dar aulas em instituições como a Universidade Me- todista e é autor de obras como Públicos: como identi- ficá-los em nova visão estra - tégica: Business Relationship (já com três edições) e Ma- nual do Romeiro do Senhor Bom Jesus de Congonhas e de Arte e Paixão: Congonhas do Aleijadinho , que lhe ren- deu a Comenda Antônio Francisco de Lisboa, conce- dida pela cidade. O seminarista que aos 35 anos olhou para o jornalismo e as relações públicas Fábio França

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