Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 13 G audêncio Torquato , há anos com grande militância no marketing político e um longevo articulista de O Esta- do de S. Paulo, foi quem mais contribuiu para abrir o caminho para a comunicação empresarial na academia. Seus estudos, suas ações práticas e sua perseverança acabaram sendo premiadas com a primazia de ser o primeiro doutor do Brasil em Comunicação Empresarial/Organizacional, fruto do arcabouço conceitual que criou e implementou na univer- sidade para uma atividade essencialmente prática e desco- nhecida no ambiente acadêmico, como eram o jornalismo empresarial e a assessoria de imprensa. Autor (e ator) consagrado do setor, Torquato assinou uma dezena de livros pela sua GT Marketing, além de aulas e orientação na USP. Natural de Luis Gomes (RN), herdou do pai que lia jornais em voz alta para a comunidade o interesse pela área e trocou o seminário pelo jornalismo, chegando à sucursal do Jornal do Brasil como estagiário em 1964. Sua pri- meira incumbência foi questionar governadores reunidos na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) sobre o que pensavam da reforma agrária. Foi com cara e co- ragem, escreveu seis ou sete versões do texto antes do editor autorizar o envio ao Rio de Janeiro (RJ), por telegrama, e no dia seguinte viu a manchete da primeira página: “Governado- res do Nordeste apoiam Reforma Agrária”. Dois anos depois ganhou o Prêmio Esso e após várias experiências em jornais foi convidado pelo amigo Manoel Carlos Chaparro , que hoje está afastado de suas atividades por problemas de saúde, vivendo no interior paulista, na casa de uma das filhas, para fundar a Programação e Assessoria Empresarial (Proal), um centro de estudos e debates sobre jornalismo empresarial nascido com um único cliente, a Ul- tragaz. Curiosamente, Chaparro, como ele, tinha se mudado de Recife (PE) para trabalhar na Folha de S.Paulo. Torquato já era professor da Universidade Metodista desde 1968 e da Universidade de São Paulo desde 1969. “Ser assessor de im- prensa, na época, equivalia a ter estampado na testa o selo ‘vendido aos capitalistas’”, registrou em artigo de 2017. Na USP, foi responsável por criar a disciplina de Assesso- ria de Imprensa e, logo depois, a de Jornalismo Empresarial. “O mercado de assessoria de imprensa concentra mais de 70% das oportunidades de trabalho para jornalistas”, regis- trou. Sua tese de livre docência, em 1983, apresenta modelo sistêmico para abrigar as áreas de comunicação empresarial, inconformado em tratar exclusivamente de jornalismo em- presarial – apenas uma vertente entre uma dezena abarca- das pela comunicação. Nosso primeiro doutor em Comunicação Gaudêncio Torquato

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