Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 14 W ilson Bueno é outro que frequentou a confraria dos pioneiros, tendo inclusive trabalhado com Tor- quato numa das experiências inovadoras da área, realizada na então Corporação Bonfiglioli, que já não mais existe. Levou para lá um pouco da experiência de ter liderado o núcleo de publicações da Villares. “Hoje fala-se em comunicação organizacional por influên - cia da academia”, registra Wilson Bueno, que é professor do Curso de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP desde 1972 e que montou empresa própria, a Comtex- to Comunicação e Pesquisa, em 1980. Ele diz que pouco a pou- co a academia também contribuiu para ampliar a perspectiva da comunicação, com competências além do jornalismo como relações públicas, propaganda ou marketing, extremamente fragmentadas, mas que começam a se acomodar em estrutu- ras de comunicação corporativa dentro das empresas e, logo após, em organizações de maneira geral. Mas a visão acadêmica também se transformou aos pou- cos. Isso transparecia em preconceitos contra a atividade de assessoria de imprensa, para alguns atribuição exclusiva do departamento de relações públicas. O que era considerado um desvio da categoria, porém, aos poucos foi ganhando centralidade. Há quatro anos, Wilson voltou à ECA como pro- fessor sênior. A disciplina Comunicação Orga- nizacional ainda é optativa. E não é demais lembrar de outro de seus pioneirismos, a realização durante anos do Congresso Brasileiro de Comunicação Empre- sarial, que, interrompido na primeira metade dos anos 1980, retornou ao mercado, pouco depois, numa parceria de Bueno com a Mega Brasil, que durou por três anos. A Mega Brasil continuou no mercado, organizando seu pró- prio Congresso, após a separação, que, em 2021, chegou à 24ª edição, já com o nome de Congresso Mega Brasil de Comunicação, Ino- vação e Estratégias Corporativas. N ão dá para falar da História da Comunicação Empre- sarial sem passar pela Mecânica de Comunicação de Enio Campoi , agência que ele montou em 1973, em so- ciedade com os também jornalistas Mauro Ribeiro e Eduardo Jardim . Numa entrevista que concedeu anos atrás ao Jorna- listas&Cia, entre as muitas curiosidades de uma atividade tão longeva, ele contou sobre a inauguração do fax da agência, à época um feito a que poucas empresas tinham acesso. “Mere- ceu um coquetel com convidados ilustres, em nossa redação, ali na rua da Consolação”, disse, a propósito de ilustrar como tem sido desde então a evolução da atividade. Enio tomou gosto pela escrita desde a infância, mas op- tou pela publicidade na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), fundada por Assis Chateaubriand e que funcionava no mesmo prédio da empresa de jornais do em- presário, Diários Associados . Mas já colaborava com dois jor- nais em São Caetano do Sul (SP) e, quando terminou o curso, trabalhando na área de vendas da Pirelli, também escrevia para o jornal interno Notícias Pirelli . Até que um amigo o cha- mou para preencher uma vaga de profissional de publicidade na Scania. Admitido, passou seis meses no setor de vendas antes de chegar à propaganda, onde fazia de tudo – promoção de ven- das, relações públicas, assessoria de imprensa, jornal interno preparado nos antigos mimeógrafos. “Aprendi a fazer tudo. Por volta de 1964 não existia essa estrutura formal de hoje, em que propaganda é uma coisa, marketing, assessoria de imprensa ou relações públicas são outras”, diz Enio. Também pioneiro, ele montou e mantém até hoje a Comtexto Comunicação Um coquetel para inaugurar o fax Wilson Bueno

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