Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 22 diretor da Souza Cruz, no Rio de Janeiro. De lá seguiu para a Scania e, na sua última passagem como executivo, foi vi- ce-presidente de Comunicação da Embraer. Como já tinha montado, anos antes, a sua própria agência, em sociedade com Monserrat Padilha , a WN&P, sentou praça daí para a frente em seu próprio negócio. Segundo Nori, as mudanças no País estimularam a criação e a valorização das áreas de comunicação organizacional nas empresas e associações. Outro impacto foi a chegada da internet e dos celulares, que levou a imprensa escrita a perder espaço para o imediatis- mo tecnológico. “Isso facilitou a redução das áreas nas em- presas, com emprego de tecnologia para substituir pessoas com custo mais baixo e uma atuação com informação mais dirigida”, diz. I ngrid Rauscher teve praticamente um único emprego na vida, na ADS. Ali começou em 1974, no ano seguinte em que se formou em Administração na Faap. Desde então, pelos últimos 47 anos, sua vida profissional tem sido a agên - cia fundada por Antonio De Salvo três anos antes e que este ano celebrou seu Jubileu de Ouro. Ingrid era casada dom De Salvo, que veio a falecer em março de 2008, aos 70 anos de idade. Para ela, que continua à frente da agência como sua di- retora geral, a transformação da comunicação das empresas nestas décadas espelha-se em diversos ângulos. Se antes a comunicação era feita de cima para baixo, sem espaço para interações e pouca escuta, mudanças políticas, nas relações de trabalho, novas tecnologias, adoção de melhores práticas de compliance e governança, mudanças comportamentais da sociedade e nas relações humanas exigiram transformações. Ela avalia que as empresas foram chamadas a prestar contas sobre seu papel no desenvolvimento econômico, so- cial e ambiental. Os consumidores querem transparência e a sociedade cobra das empresas iniciativas de reponsabili- dade, diversidade, equidade e inclusão. E assim as áreas de comunicação foram ganhando um espaço cada vez mais es- tratégico, ajudando as companhias e seus líderes a mostra- rem a toda a sociedade seus diferenciais, propósitos e sua contribuição com o meio ambiente e o coletivo, diz. Em relação à tecnologia, Ingrid considera difícil imaginar hoje como o trabalho era realizado sem apoio de tecnologia ou internet. Afinal, tudo era datilografado, planejamentos apresentados em folhas de cartolina, mas as limitações não impediam a criatividade e o sucesso das atividades. Entre in- contáveis lembranças, ela registra uma entrevista coletiva no banheiro de uma suíte presidencial, para lançamento de uma linha de sabonetes, ações como a criação de um Clube de For- necedores de Café e momentos dramáticos, como o ataque às torres gêmeas em Nova York (EUA) no ano em que a agência organizava a convenção anual dos World Trade Centers, no Brasil. “Um evento que levou um ano para ser inaugurado e foi refeito em um mês frente à tragédia”, detalha. Entretanto, com a transformação digital a comunicação tornou-se horizontal e direta, deixando de ser hierarquizada e unilateral. “As redes sociais motivaram o protagonismo dos consumidores e as marcas tiveram que se adequar às mudan- ças nas relações. Ganhamos maior produtividade e agilidade. Novos atores surgiram, como os influenciadores digitais, e o engajamento dos públicos é sempre a meta a ser conquista- da”, avalia. “Toda evolução é bem-vinda. Cabe aos profissio - nais da comunicação se ajustarem às novas demandas, apro- veitando o que há de melhor em cada momento.” A ADS tem 50 anos de mercado e ela, 47 de ADS Ingrid Rauscher

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