Anuario Brasileiro do Cobre | Brazilian Copper Yearbook 2022

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2022 13 Brasil tem um imenso potencial para evoluir a mobilidade elétrica, mesmo assim, são inúmeras as lacunas de leis, regulamentações e políticas capazes de alavancar tanto a indústria, quanto as empresas usuárias e consumidores finais. Os benefícios dos veículos elétricos já são conhecidos e fáceis de se listar, sustentabilidade, consumo eficiente de energia, eliminação de ruídos, tecnologias avançadas, menos manutenção e outros. Assim, quando analisamos o setor de eletromobilidade na totalidade, podemos dizer que o que causa estagnação no avanço da área é a ausência de políticas públicas voltadas para o aprimoramento e popularização dos veículos, principalmente em solo nacional. Falando especificamente da indústria, os campos de pesquisa e inovação poderiam evoluir de forma exponencial com mais investimentos e recursos direcionados para os produtos que seriam desenvolvidos. Isso porque grande parte da tecnologia necessária para a fabricação dos componentes dos veículos eletrificados advém de outros países, tornando-a mais cara e dificultando o acesso, o que impede que o setor atinja toda sua autonomia e capacidade. É importante ressaltar que o processo de industrialização do Brasil é considerado por muitos especialistas como tardio, visto que teve seu início no século XX – quase dois séculos após a Europa. Isso fez com o país se tornasse dependente de outros – de forma industrial, tecnológica e consequentemente econômica. Um exemplo de como esse princípio afeta a cadeia de produção, está na crise dos semicondutores. Com a pandemia da Covid-19, as empresas responsáveis pela confecção das peças foram obrigadas a interromper seus processos, inclusive, muitas fecharam as portas. Considerando que o setor precisa de meses de planejamento para suprir a demanda mundial, esse atraso causou uma falta e demora irrecuperável na montagem de novos automóveis, colocando o Brasil junto a outros países que enfrentam os problemas acarretados pela baixa oferta. Será que se o país empregasse mais em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) a situação seria mesma? O fato é que as companhias privadas não podem investir os recursos necessários para o aprimoramento das tecnologias disruptivas - que dariam autonomia e força - sem o apoio do setor público. Nesse aspecto a iniciativa da ABCobre com o Sindicel em formar um grupo Por Marisa Zampolli, CEO da MM Soluções Integradas, coordenadora do grupo de trabalho de mobilidade elétrica, engenheira elétrica e especialista em Eletromobilidade

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