Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2020

33 dificuldades para o bom andamento da economia no ano passado, condições que já se confirmavam em 2020 quando o tsunami provocado pela Covid-19 cobriu todo o planeta. Nesse quadro geral, as perspectivas que estão desenhadas apontam para dificuldades de grande envergadura pela frente. O Banco Mundial divulgou em 8 de junho a previsão de retração da economia mundial da ordem de 5,2%. Para o Brasil a perspectiva é de queda do PIB de 8,0% e para a América Latina, de 7,2% Ainda assim, em 2019 houve crescimento no faturamento em 55,5% das agências pesquisadas e queda em 20,3%. Entre as 50 maiores (que representam em torno de 50% do faturamento global do setor) o desempenho foi ainda melhor, com crescimento em 64,0% e queda em 14,0% das agências. Mas ainda são muitas as agências que acusaram queda ou manutenção dos faturamentos, caracterizando a fragilidade e o curto alcance do desempenho positivo geral do setor. Além disso, os indicadores de desempenho medidos por esse estudo registraram uma pior performance em relação ao ano anterior, em especial entre as 50 maiores, o que também dá pistas para entender o tímido crescimento do faturamento global desse mercado. Para o total de agências pesquisadas, o valor médio de faturamento por cliente, em reais, caiu 8,7% e entre as 50 maiores o tombo foi de 23,8%. O indicador de média de faturamento por colaborador, em reais, para o total da amostra, caiu 0,6%, e para as 50 maiores baixou 11,9%. Mesmo com esses resultados, apenas 31,3% das agências consideraram que o desempenho no ano ficou abaixo das expectativas. Portanto, muitos já estavam prevendo dificuldades com baixo ou nenhum crescimento em 2019. Corroboram essas constatações sobre o desempenho os principais itens citados como pontos negativos que interferiram nos negócios das agências no ano passado. Em destaque aparece a indicação de “incertezas no cenário econômico/ desaquecimento da economia” com 69,8%, e, em seguida, “redução do orçamento de clientes/redução de fees ”, com 60,4%. A capacidade de adaptação a situações adversas pode fazer toda a diferença nessa conjuntura de dificuldades. As inovações realizadas pelas agências, já em 2019, fazem parte dessa habilidade. Foi alto, e no mesmo patamar do que foi registrado para 2018, o número das empresas que inovaram – 63,0%. O destaque (31,6% de citações) ocorreu na área de tecnologia de ponta e inteligência – inovações na área de big data , BI, mensuração de dados, analitics , inteligência artificial, pesquisa. Também foi nessa área – TI/ Software/Tecnologia – que as empresas de comunicação mais investiram: 48,1% entre os entrevistados. Mesmo com a atual retração do mercado, 50,3% das agências não pretendem participar de licitações públicas, proporção que se mantém inalterada ao longo dos levantamentos desse estudo. Os motivos para o afastamento desse mercado ainda se mantêm: desinteresse pela área de contas públicas, excesso de burocracia nos processos licitatórios e falta de transparência nesses certames. Pela primeira vez, desde 2017, ocorre uma queda expressiva em todos os índices medidos pelo Índice de Confiança do Empresário de Comunicação Corporativa (ICECC) e, também pela primeira vez, o índice de confiança no futuro, das 50 maiores, é menor do que o do segmento que exclui as maiores agências. O ICECC indica a avaliação das condições atuais do mercado de comunicação corporativa em geral, e da agência em particular, em relação aos últimos seis meses, e a expectativa, ou confiança, com relação aos próximos seis meses. Além da queda nos índices,

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