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O ano de 2015 começou carregado de
preocupação para empresários do seg-
mento de transportes. Ainda no final
de 2014, depois de analisarem o
cenário e as perspectivas para
os próximos meses, a maioria
demonstrava evidente falta de
confiança na recuperação da
economia brasileira a curto
prazo.
“Diante dos resultados
alcançados no último ano, o
transportador convive com o
medo do aumento da inflação
e dos custos dos insumos
da atividade; não acredita no
aumento do PIB e em uma so-
lução sólida para a infraestru-
tura do transporte nos próximos
anos, além de continuar encon-
trando dificuldades na contratação
de mão de obra qualificada”, alerta Clé-
sio Andrade, presidente da Confederação
Nacional do Transporte (CNT).
O presidente destaca a importância do
transporte e observa que está intimamen-
te ligado às atividades de produção e de
comercialização de bens e de serviços de
uma economia. Clésio informa que a ava-
liação dos transportadores sinaliza que as
perspectivas de desempenho econômico
do país não serão muito positivas.
“Dados daSondagemExpectativas Eco-
nômicas do Transportador 2014 – Fase 2,
divulgados pela CNT em novembro, já mos-
travam um cenário bastante pessimista.
Nas entrevistas realizadas com empresá-
rios, 72,1% afirmaram que haverá aumento
da inflação e 67,1% informaram que o grau
de confiança na gestão econômica do go-
verno é baixo.”
Esta foi a sexta edição da sondagem.
O levantamento identifica projeções e pers-
pectivas dos empresários para temas como
macroeconomia, investimentos em infraes-
trutura e atividade empresarial. Foram en-
trevistados 445 empresários, dos seguintes
modais: rodoviário (cargas e passageiros),
aquaviário (marítimo e navegação interior)
e ferroviário (cargas). O documento é um
importante instrumento de análise de con-
juntura econômica que auxilia a CNT na de-
finição de estratégias futuras e os próprios
transportadores em seus planejamentos
para o ano seguinte.
A pesquisa também demonstrou que
parte dos problemas hoje enfrentados co-
meçou a afetar o segmento ainda no ano
passado. “2014 confirmou-se como um pe-
ríodo de dificuldades no ambiente empre-
sarial para os transportadores. E a elevada
carga tributária, o excesso de burocracia e
a falta de um planejamento eficiente do sis-
tema logístico são fatores que ainda conti-
nuam a atrapalhar o desempenho do setor.
Espera-se agora, neste novo ciclo, que a
esperança e o fôlego possam ser renova-
dos. O que não falta aos transportadores é
CNT
Trajetória difícil
Pesquisa revela que empresários do setor de transporte
não confiam na recuperação econômica do Brasil a curto prazo
e que podem reduzir investimentos em 2015